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Supercomunicadores


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O livro Supercomunicadores  -  Como desbloquear a linguagem secreta da comunicação, de Charles Duhigg, parece uma aula! O livro mescla exemplos, storytelling - que não pode faltar para nos manter envolvidos, dicas práticas e estudos dos mais diversos profissionais, como psicólogos, antropólogos, psicanalistas, entre tantos outros profissionais de humanas.


Segundo o autor, para haver comunicação, precisamos nos conectar às pessoas. Quando absorvemos o que alguém diz, e somos compreendidos pelo que dizemos, é porque nossos cérebros até certo ponto se alinharam. 


Duhigg divide a conversa em 3 tipos, ou seja 3 mindsets, são eles: "Do que realmente se trata?", "Como nos sentimos?" e "Quem somos?". Que diz respeito à prática do processo decisório, ao emocional e à identidade. Cada uma dessas conversas – e cada mindset – está, sem dúvida, profundamente entrelaçada às demais. Muitas vezes, usamos as três num único diálogo. 


A falha da comunicação pode ocorrer quando não percebemos quais destes 3 tipos de conversa estamos tendo. É aí que se dá a importância da percepção, ela é tão fundamental que ficou conhecida como o princípio da combinação.


Outro ponto que traz luz às relações comunicacionais é o tipo de lógica, em que o autor explica dois tipos, a dos custos e benefícios utilizadas nas conversas práticas, e a lógica das similaridades, quando sentimos compaixão e empatia.


Ainda no tipo de conversa sobre "Como nos sentimos", que acredito que seja um dos mais pontos mais importantes sobre nossas relações, afinal toda conversa traz sentimento, o autor traz uma dica preciosa (mais uma), que é poder da escuta. Precisamos ficar atentos às vulnerabilidades, perceber o que fica nas entrelinhas e, igualmente importante: devemos demonstrar que estamos ouvindo. Uma boa escuta, quando eficaz, revela novos mundos sob a superfície das palavras ditas pela outra pessoa. 


Segundo o autor, o certo é que as emoções já estão influenciando a conversa. Diversos estudos mostram que as emoções entram em jogo quase todas as vezes que abrimos a boca ou ouvimos o que os outros têm a dizer. Elas influenciam o que dizemos e escutamos e, na verdade, já entraram na conversa por meio daquele suspiro, daquele lampejo de orgulho ou de 1 milhão de outras maneiras que mal notamos.


No entanto, podemos ignorar o suspiro ou a expressão de orgulho, minimizando o valor de "Como nos sentimos", e nos atentando apenas ao território mais seguro, o da superficialidade de um simples bate-papo. E continua, essa é escolha errada. Errada poque nos nega acesso a um potente processo neural que evoluiu por milhões de anos para nos ajudar a estreitar laços. Errada poque ao reconhecermos a vulnerabilidade alheia e retribuirmos admitindo nossas próprias vulnerabilidades, geramos confiança, compreensão e conexão. 


O autor destaca características do supercomunicadores, uma delas é a de captar como os outros se sentem. Eles prestam atenção à postura para perceber se a pessoa está deprimida ou empolgada. Supercomunicadores se permitem equiparar a energia e o humor, ou pelo menos reconhecê-los, tornando evidente que desejam se conectar. 


Outro ponto que destacamos no livro é quando Duhigg fala sobre identidades sociais, a importância delas, que nos ajudam no relacionamento com os outros, mas que também podem, por outro lado, perpetuar estereótipos e preconceitos.


O livro tem tradução de Cássio Arantes e Débora Landsberg, da editora Objetiva. O autor Charles Duhigg é também jornalista, foi repórter investigativo do New York Times e ganhou vários prémios, entre eles o Pulitzer, em 2013, pelo best-seller O Poder do Hábito.


 
 
 

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